9º CONGRESSO NACIONAL MOVELEIRO RESSALTA TECNOLOGIAS DIGITAIS E OS DESAFIOS DA INDÚSTRIA

16/08/2018

Evento começou ontem, com palestra inaugural da diretora da Magazine Luiza, e segue até fim de semana.

Começou nesta quarta (15) e segue até sexta-feira o Congresso Nacional Moveleiro de 2018, que este ano chega à 9ª edição, em Arapongas, no centro de eventos Expoara. O tema central do encontro é “Virtual + Real”: uma busca pela convergência entre as possibilidades de negócios fomentadas pela tecnologia digital e o setor moveleiro em sua atuação no ambiente online, produção industrial e varejo físico.

O evento, com cerca de 1,5 mil inscritos, tem como público-alvo toda a cadeia moveleira, sobretudo industriais, varejistas, arquitetos, designers, profissionais de marketing e vendas, bem como estudantes. A programação conta com uma multiplicidade de palestras, painéis, workshops e oficinas com foco em inovação e aumento da competitividade das empresas no cenário conectado do século XXI.

A palestra de abertura do Congresso Nacional Moveleiro de 2018 foi conduzida pela diretora da rede Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, que enfatizou a necessidade das empresas se renovarem em função dos avanços tecnológicos e suas consequentes mudanças culturais, não apenas por uma questão de se diferenciar no mercado, mas para nele “sobreviver”.

“Tenho uma má notícia para vocês: Estar na era digital, não é uma opção, é uma questão de sobrevivência. Agora, uma boa notícia, a loja física não vai acabar, não vai morrer, mas vai precisar se renovar. Hoje os setores de tecnologia das empresas não estão mais na mão apenas dos analistas de sistema e especialistas, não precisamos mais esperar meses ou anos para as coisas funcionarem. Hoje é mais barato, mais rápido e mais fácil lidarmos com a tecnologia. Mas as empresas também precisam mudar seu comportamento, sua cultura, para se adaptarem a essa nova realidade”, disse a empresária.

O coordenador setorial de madeira e móveis da Fiep, Irineu Munhoz, que também é empresário e presidente do Sindicato das Industrias de Móveis de Arapongas (Sima) falou sobre os desafios políticos e a retomada do setor moveleiro.

O painel Cenários & Inovação, apresentado pelo diretor do IEMI, Marcelo Prado, falou sobre o tema “Cenários do Mercado Moveleiro”. Marcelo apresentou estudo sobre o setor que aponta que a indústria brasileira se desenvolveu e se atualizou no período do boom de consumo de móveis, durante a expansão imobiliária nacional, mas focou apenas no mercado interno. "Em termos competitivos, a indústria está muito bem. Precisa agora criar atratividade para os produtos, o grande desafio para o Brasil, que é se desconectar um pouco do foco do melhor preço para ser o que as pessoas querem consumir realmente”, destacou.

O painel Sala Abimóvel contou com a presença da diretora técnica do Centro Brasil Design/Moderação, Ana Brum, que falou sobre o tema “O design como estratégia de agregação de valor”, A diretora afirmou que é preciso um trabalho multidisciplinar para ganhar mercado e garantir crescimento sustentável. "Não podemos querer exportar somente o excedente da nossa indústria. Precisamos pensar um pouco mais quem é a pessoa que está no outro país, qual é a cultura dela, como ela usa esse móvel, como consome, para dar um grande salto para chegar lá com mais efetividade.” Brum considerou que pesquisas de campo apontam que o consumidor brasileiro é diferente do norte-americano, por exemplo, em termos de volume, cores e capacidade de aquisição. O empresário que trabalhar interdisciplinarmente, que consultar compradores, equipes de exportação, vai colocar mais limitantes para o profissional criativo e será mais efetivo nesse trabalho.

Além de Ana Brum, o painel Sala Abimóvel contou com a participação da arquiteta e especialista em design Marina Otte, que abordou o tema “Butzke: case de sucesso na indústria!”. Marina focou também em design, falando da inserção dos designers desenvolvendo coleções.

O 9º Congresso Nacional Moveleiro também foi uma oportunidade para apresentação dos últimos indicadores do setor moveleiro, produzidos pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi), que apontaram, para 2018, estimativas preliminares de crescimento expressivo na produção física de móveis (3,8% sobre 2017).

Segundo o instituto, a disponibilidade destes itens no mercado interno brasileiro deverá apresentar também crescimento acentuado, em 4,3%, atribuído à alta de 41,3% prevista para as importações deste ano.

“Em todo caso, o processo de recuperação, lenta e gradual, fará o setor moveleiro perder praticamente 10 anos de bons resultados. O caminho que indico para as empresas é que elas entendam o que o consumidor final quer, e que dele se aproxime. Esse distanciamento que existe entre indústria e consumidor precisa diminuir, e muito. A indústria não pode só mais olhar para dentro de casa, pensar em máquina e matéria-prima. Soluções como ‘monte você mesmo’, ou a própria fábrica assumir este processo, ainda é pouco, mas é um começo”, comenta o diretor do Iemi, Marcelo Prado.

 

Fonte: http://www.emobile.com.br/site/industria/congresso-nacional-moveleiro-de-2018-inicio/