07/04/2025
Em 02 de abril de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um pacote de tarifas sobre produtos importados, afetando países de todo o mundo. O Brasil não ficou de fora: produtos brasileiros passaram a ser sobretaxados em 10%. Embora a medida não tenha mirado diretamente o país — um dos menos afetados quando comparado com outros grandes exportadores —, o impacto na indústria nacional levanta questionamentos e exigirá adaptações estratégicas. Governo, contudo, vê espaço para diplomacia.
Contexto para o Brasil
Especialistas afirmam que o impacto sobre a economia brasileira neste primeiro momento deverá ser “moderado”. A China, por exemplo, sofreu tarifas de até 34%, enquanto Israel ficou em 17%. Venezuela (15%) e Guiana (38%) também foram mais atingidas. O Brasil, por sua vez, ficou alinhado à maior parte dos vizinhos sul-americanos, que receberam a tarifa mínima de 10%. Isso evita um desequilíbrio regional nas exportações para o mercado norte-americano.
Analistas apontam que a tarifa mais branda tira país da lista de principais alvos dos EUA, podendo ter um impacto também mais baixo na nossa pauta exportadora, o que pode trazer oportunidades para certos produtos manufaturados em relação aos seus competidores mais fortemente taxados. Ainda é cedo, porém, para determinar este impacto. O que especialistas econômicos reforçam neste momento é que o aumento do protecionismo global pode vir a pressionar setores exportadores ao redor do mundo.
Impacto no setor moveleiro
Os Estados Unidos são o principal destino das exportações brasileiras de móveis, especialmente de madeira, com 27,6% do total exportado pelo setor no país tendo sido direcionado para o mercado americano em 2024. Antes da nova política, que impõe uma taxa de 10%, os móveis brasileiros recebiam uma tarifa média de 3,5% para entrar no país.
Reações globais
A decisão de Trump gerou reações imediatas no cenário internacional, com queda generalizada de ações e do dólar americano. Estima-se que as exportações chinesas para os EUA possam registrar uma queda de 30%. A Europa também respondeu com preocupação: líderes da União Europeia estudam contramedidas e alertam para o risco de uma nova escalada nas tensões comerciais; por outro lado, importantes lideranças da UE voltaram a mencionar a urgência da aprovação final do acordo com o Mercosul — a França, no entanto, continua se opondo. França que, aliás, sinalizou ao lado do Reino Unido interesse em abrir diálogo com Washington “para evitar maiores prejuízos à economia global”.
Resposta do governo brasileiro
O governo brasileiro tem adotado uma postura cautelosa, mas atenta. Para ministros da área econômica e do núcleo político do governo Lula, o país, apesar de atingido, saiu “relativamente bem do tarifaço”, ponderando, contudo, que como os Estados Unidos possuem superávit comercial em relação ao Brasil, “a taxação de produtos brasileiros não se justifica”.
Dessa forma, o governo se prepara para reagir, como com a adoção da política de reciprocidade comercial, aprovada pelo Congresso Nacional, que prevê a taxação mútua de produtos norte-americanos vendidos no Brasil. Todavia, a Presidência da República já assinalou estar primeiramente “aberta ao diálogo e à negociação”. Também há discussões sobre recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio), especialmente no caso das tarifas sobre o aço.
Acompanhamento setorial
A ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) acompanha de perto a situação, reforçando a importância de manter diálogo com o governo federal e buscar alternativas para garantir a competitividade da indústria brasileira de móveis, que vem ganhando destaque no mercado internacional pela qualidade, design e sustentabilidade.
MÓVEIS: O NOSSO NEGÓCIO!
Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário – ABIMÓVEL
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