03/11/2021
Na segunda alta mensal consecutiva, demonstrando fôlego no início do segundo semestre de 2021, a produção de móveis no Brasil cresceu 7,2% em agosto comparado ao volume produzido no mês anterior, quando o crescimento já havia sido de 8,9% sobre junho. Avanço alavancado pela produção de 37,6 milhões de peças no oitavo mês do ano, com a indústria moveleira nacional voltando ao bom patamar do último mês de janeiro.
Destes, o consumo interno aparente, ou seja, o disponível no mercado interno foi de 36,2 milhões de peças em agosto de 2021, o que representa um aumento de 7% em relação a julho. No acumulado de janeiro a agosto, por sua vez, houve crescimento de 8,8% no indicador em comparação ao mesmo período do ano anterior. Já a participação dos importados no consumo aparente foi de +2,9%, fechando o acumulado até agosto em +3,7%.
Mesmo com o resultado positivo no volume produzido na passagem dos meses, no entanto, o acumulado do ano caiu para +11,4% em agosto (o indicador era de +16,7% até julho). Tal comportamento, à primeira vista um tanto contraditório, justifica-se pelos resultados expressivos no segundo semestre de 2020, quando houve uma explosão na venda de móveis no Brasil durante o isolamento social, influenciando na base comparativa do período. Para se ter uma ideia, apenas no mês de agosto do ano passado, o volume produzido foi de 42,6 milhões de peças.
Voltando a indicadores mais realistas, enquanto muito se fala sobre desaceleração no setor do mobiliário, os números mais recentes apontam assertividade por parte dos fabricantes de móveis. Em valores, a receita da indústria moveleira alcançou o montante de R$ 8,2 bilhões em agosto de 2021: aumento de 9,1% sobre o mês anterior; enquanto no acumulado no ano, a alta foi de 42,1%.
Ressalta-se que o preço médio de produção de móveis foi de R$ 218,88 por peça em agosto deste ano. O que significa um aumento de 1,8% sobre julho e de 13,6% em oito meses. Altas puxadas, sobretudo, pelo aumento nos preços na porta das fábricas, influenciados pela variação cambial, a escassez de determinados insumos, entraves logísticos (marítimo e aéreo) e a inflação em níveis recordes no País. Ratificando, mais uma vez, o bom desempenho do setor mesmo frente aos obstáculos do momento.
O levantamento foi feito pelo IEMI – Inteligência de Mercado para a nova edição da “Conjuntura de Móveis”, estudo mensal desenvolvido sob encomenda para a ABIMÓVEL – Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário. A publicação ainda traz dados sobre emprego e renda, investimentos, varejo e exportações, entre outras informações estratégicas no setor moveleiro nacional. Possibilitando, assim, uma visão ampla sobre os principais pontos a serem trabalhados para direcionar as ações das fábricas de móveis ao longo do ano.
Facilitando essa leitura do panorama atual, ao pontuar riscos e oportunidades no mercado interno e externo que possam colaborar para o melhor planejamento e manutenção dos bons números no setor neste semestre, então, trazemos a seguir uma análise concisa sobre os principais indicadores de desempenho no varejo doméstico e no comércio exterior. Vamos aos números!
Apesar dos resultados positivos na indústria, as vendas de móveis em volume no varejo brasileiro diminuíram 4% em agosto de 2021 na comparação com o mês anterior. Com isso, o acumulado até o oitavo mês ficou em 8,3%.
Em valores, as vendas do setor recuaram 3,3% na comparação com julho, fechando o mês de agosto em R$ 9,2 milhões. O indicador em oito meses continua positivo, porém, +15,9%.
O preço médio dos móveis no varejo nacional experimentou aumento de 1,3% em agosto frente ao mês anterior. Já em setembro, o preço médio voltou a aumentar, dessa vez em 1,4% em igual variação, chegando, assim, a R$ 217,72 por peça.
Já o segmento de colchões, que atingiu R$ 542,33 por peça em agosto de 2021, viu o preço médio cair 2,2% no varejo nacional no mês seguinte, terminando setembro em R$ 530,67.
Segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, os preços nacionais de mobiliário apresentaram aumento de 1,2% em setembro de 2021, frente ao mês anterior. No ano, o índice acumula um crescimento de 6,9% no varejo.
Quando falamos no comércio exterior, enquanto as exportações do setor registraram queda de 5% em agosto sobre julho, o indicador voltou a crescer com margem positiva no mês seguinte: +6,7% em setembro sobre agosto. Com isso, o valor exportado no nono mês do ano foi de US$ 82,9 milhões.
As importações no setor nacional seguiram o mesmo comportamento das exportações. Porém, com variação superior. Houve queda de 24,9% em agosto e aumento de 31,9% em setembro, totalizando US$ 24,2 milhões no mês mais recente.
Tais indicativos (exportações e importações) revelam, portanto, um reaquecimento do setor no fim do terceiro trimestre tanto no mercado interno quanto externo.
Entre os principais estados exportadores de móveis no Brasil, a indústria mineira foi a única a experimentar queda no volume exportado no mês de setembro. Em São Paulo, o número foi positivo, mas estável. Veja os resultados abaixo:
EXPORTAÇÕES – SETEMBRO 2021
Minas Gerais: -28,4%
Paraná: +7,7%
Rio Grande do Sul: +7,3%
Santa Catarina: +12%
São Paulo: +1%
Já quando o assunto é importação no setor, houve aumento expressivo em todos os principais estados, com exceção do Paraná.
IMPORTAÇÕES – SETEMBRO 2021
Minas Gerais: +93,1%
Paraná: -19,3%
Rio Grande do Sul: +105,7%
Santa Catarina: +67,3%
São Paulo: +22,6%
A Conjuntura de Móveis está disponível gratuitamente na área aberta do site da ABIMÓVEL. Para acessar e baixar o relatório em PDF é só clicar sobre o link: http://abimovel.com/capa/acervo-digital/. Enquanto isso, confira um resumo dos principais indicadores do setor moveleiro no terceiro trimestre do ano:
MÓVEIS: O NOSSO NEGÓCIO!
Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário – ABIMÓVEL