19/12/2022
Após alcançar o melhor resultado do ano em agosto de 2022, a indústria brasileira de móveis e colchões experimentou retração na passagem para o mês de setembro, quando produziu 31,8 milhões de peças, desempenho 6,7% inferior ao do mês anterior.
Apesar do recuo na variação mês a mês, contudo, o acumulado no ano, que apresentava queda de 18,5% até agosto, passou para -17,9% entre janeiro e setembro de 2022, na comparação com igual período em 2021. Apontando, portanto, para uma desaceleração no ritmo de perdas durante este ano.
Nos últimos 12 meses, porém, o indicador manteve-se estável, com diminuição de 19,3% em volume produzido no período.
Volume produzido em milhões
O consumo aparente de móveis e colchões no mercado interno foi de 30,6 milhões de peças em setembro. Número que representa um recuo de 7,4% em relação ao mês anterior. No acumulado do ano, o indicador passou de -19,1% até agosto para -18,5% até setembro. A participação dos produtos importados sobre o consumo interno nacional foi de 2% em setembro, menor do que em agosto, quando foi de 2,3%.
Os dados são da “Conjuntura de Móveis”, estudo mensal desenvolvido pelo IEMI – Inteligência de Mercado com exclusividade para a ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), que demonstra que o Brasil importou cerca de US$ 9,3 milhões em móveis e colchões em setembro de 2022. O que representa uma queda de 30,9% na comparação com o mês anterior. Já no mês seguinte, em outubro de 2022, as importações apresentaram alta de 5,4%, atingindo o montante de US $9,8 milhões.
Exportações de móveis
Quando se trata das exportações de móveis brasileiros, houve também queda de 11,1% em setembro comparado ao mês anterior, quando a indústria moveleira nacional atingiu US$ 67,2 milhões no montante exportado.
Em outubro de 2022, as exportações de móveis voltaram a apresentar queda, desta vez de 2,9% frente a setembro, atingindo o montante de US $65,3 milhões.
A estabilização nas exportações brasileiras no setor frente aos desempenhos históricos nos anos anteriores, especialmente em 2021, contudo, não surpreende empresários e profissionais do mercado, que já esperavam um processo de reequilíbrio nos números a partir de 2022, mas ainda com margens satisfatórias para a indústria brasileira.
O saldo da balança comercial, por exemplo, permanece consideravelmente favorável para o setor moveleiro nacional em 2022, acumulando US $576,1 milhões nos dez primeiros meses do ano.
“A perspectiva é que em 2023 haja uma estabilização definitiva desses números, já sem o impacto das primeiras ondas da pandemia, que, aliás, volta a deixar o mercado global em alerta, é importante ressaltar. Porém, agora tendo que enfrentar inflação generalizada, aumento nos preços, bem como outras dificuldades relacionadas às cadeias de abastecimento mundiais e políticas locais que influenciam na expansão comercial e no acesso a diferentes mercados”, avalia o presidente da ABIMÓVEL, Irineu Munhoz.
Vendas de móveis no varejo nacional: impacto inflacionário segue crescendo
Nesse cenário, as vendas de móveis no varejo nacional, excluindo-se os eletrodomésticos, tiveram queda de 6,6% em volume de peças no mês de setembro deste ano em comparação com igual mês em 2021, indica a “Conjuntura de Móveis”.
Com uma série de resultados inferiores, o indicador registra variação negativa no acumulado de janeiro a setembro, na ordem de 10,9%. Nos últimos 12 meses, houve queda de 12,4%.
Quando se trata da receita no varejo de móveis, essa também registrou baixa na variação mensal. Porém, mais controlada: -6,2% na passagem de agosto para setembro de 2022. Ainda assim, o faturamento acumulado no ano continua positivo: +2,9% de janeiro a setembro, e também +2,9% em 12 meses.
Por falar em valores, contudo, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os preços nacionais de mobiliário apresentaram novo aumento de 1,41% em outubro de 2022, frente ao mês anterior. No acumulado do ano, o índice registra um acúmulo de 17,05% no nível de preços.
Veja agora um resumo dos principais indicadores do setor moveleiro nos meses de setembro e outubro de 2022:
CONJUNTURA DE MÓVEIS
Os relatórios mensais intitulados “Conjuntura de Móveis” são concebidos para facilitar o monitoramento da ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) e seus associados em relação ao desempenho do mercado de móveis e colchões no Brasil.
Para tanto, são examinados mensalmente os percentuais de evolução da produção física, pessoal ocupado, média salarial, produtividade do setor, importações e exportações, vendas do varejo de móveis, inflação e aquisição de máquinas, conforme os últimos dados disponíveis em diferentes fontes oficiais de consulta do IEMI – Inteligência de Mercado.
Acesse a nova edição da “Conjuntura de Móveis”, com indicadores atualizados de 2022, em: http://abimovel.com/capa/acervo-digital/
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