12/01/2021
Exportações – Os fatores que determinaram a redução das importações globais de móveis em 2020 estão relacionados às restrições impostas ao comércio mundial durante o período de isolamento social, que ocorreu de forma rigorosa no primeiro semestre do ano passado e se faz novamente necessário neste momento. Ameaçando, assim, o consumo e o emprego, especialmente nos mercados europeu e norte-americano, em função da segunda onda da pandemia de Coronavírus, vivida com maior intensidade nessas regiões.
Com a vacinação felizmente já em curso, porém, apesar dos impactos dessa nova onda, o mercado mantém suas perspectivas de um comportamento nas exportações de móveis e colchões similar ao observado em crises passadas. Ou seja, com uma redução forte num primeiro momento, seguida por uma recuperação em “V” nos dois anos seguintes. Ainda é cedo, no entanto, para se ter clareza da situação em 2021. Mas, com base no histórico de crises anteriores e em estimativas futuras para os indicadores econômicos dos países importadores, a expectativa e avaliação da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel) é que as exportações globais voltem a subir já neste ano. Contudo, ainda de forma insuficiente para compensar as perdas de 2020.
“Ainda teremos um ano aquém de 2019”, salienta a presidente da associação, Maristela Cusin Longhi. “Dado que os países da União Europeia e da América do Norte dependem fortemente das importações de móveis e juntos respondem por 75% de todas as compras internacionais desses produtos, somente com a esperada recuperação econômica desses mercados, mesmo que parcial, é que o comércio internacional de móveis poderá voltar a crescer.”
Muitas medidas e ações de estímulo econômico de fato já estão sendo implementadas pelo Banco Central Europeu, pelos governos dos países da União Europeia e pelo Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos para empurrar estes mercados para uma retomada, inclusive nas importações, segundo o acompanhamento da equipe técnica da Abimóvel e da APEX Brasil, que juntas coordenam o Projeto de Exportação Brazilian Furniture.
Contando atualmente com mais de 160 empresas, que recebem todo o apoio estratégico e de monitoramento com foco no mercado externo por parte das instituições, a equipe organizadora do projeto abre o ano anunciando a execução de um novo Plano de Trabalho com mais de 60 ações para as empresas brasileiras entre 2021 e 2022.
Se as expectativas de retomada das exportações globais se materializarem, portanto, ainda que em níveis insuficientes para recuperar as perdas de 2020, os exportadores brasileiros de móveis deverão ser altamente beneficiados: Seja porque já vinham empreendendo grandes esforços para elevar a sua participação no comércio internacional nos últimos anos; seja pela situação privilegiada ao final de 2020, considerando que a produção agregada no Brasil se encontra quase que plenamente restabelecida (após paralisação por conta da pandemia); seja porque os novos patamares de câmbio apresentam uma vantagem competitiva para os produtores locais, em especial para os móveis de madeira.
Sem dúvida haverá muito trabalho a ser realizado, mas considerando o perfil dos novos exportadores que se incorporaram ao mercado internacional nos últimos anos, bem como os fabricantes de produtos de maior valor agregado, a rápida recuperação da capacidade produtiva local e o câmbio atual, tudo isso vêm criando condições competitivas ideais para que nos próximos dois anos, o Brasil avance de forma consistente para alcançar o seu real potencial exportador. Uma boa estimativa são as sugestões dos algoritmos das ferramentas de inteligência da International Trade Center (ITC), que estimam valores 43% superiores aos registrados pelas exportações brasileiras de mobiliário em 2019 e 2020.
“Para o Brasil, um país exportador que nos últimos anos vem recuperando a sua relevância no mercado internacional, o momento é de ser bastante ativo no fomento das vendas, principalmente nos países/mercados onde o nosso produto detém elevado potencial de crescimento. Aproveitando que a competitividade brasileira, já bastante elevada no segmento de móveis de madeira, foi ampliada com a valorização do Dólar Americano frente ao Real”, finaliza Maristela, presidente da Abimóvel.
Fonte: Setor Moveleiro